terça-feira, 2 de março de 2010

As mantas da avó Jaquina

As mantas são do "pai sapo", que me contou que foi a sua "avó Jaquina", como tão bem era conhecida na sua aldeia e arredores, quem as fez.


A "avó Jaquina" era a tipica avó alentejana, baixinha e muitas vezes vestida de negro, que se encontrava muitas vezes sentada junto da lareira com o seu lenço na cabeça e os bordados no colo. Passava longos serões a fazer croché e malha, todos os tipos de pontos e entrelaçados que de uma forma quase mágica iam aparecendo feitos e ganhando forma. Há ainda muitos bordados, naperons, mantas e mantinhas, até panos emoldurados na que era então a sua casa. Nos últimos anos de vida ainda se entretinha com as linhas, novelos, meadas e agulhas no colo mas mais por prazer de ter algo no colo, algo que fosse um objectivo que lhe desse força de vontade de continuar, mas notavasse que já não havia a mesma magia e já nada ganhava forma daquelas agulhas e das meadas.


No entanto nos anos idos fez então mantas para todos os netos, teve 8 netos e para cada um deles fez 2 mantas. São mantas de croché feitas completamente á mão, pois claro, e cheias de cores variadas, terão com toda a certeza levado imenso tempo a fazer. Terá feito as 16 mantas á medida que os netos iam nascendo ou ter-se -há lembrado de as fazer quando já todos eram nascidos e assim tê-las feito todas de seguida? Bom...não sei.


Estas duas mantas do "pai sapo" estiveram muito tempo guardadas dentro do baú, sairam agora que foram descobertas por mim durante a mudança e claro como têm um lindo aspecto shabby que combina perfeitamente com o sofá de pele desgastada resolvi pô-las a ver a luz do dia e a mostrar toda a sua beleza para aqueles que por aqui passam.


A pequena almofada que repousa sobre a manta já andava na outra casa ora sobre o sofá ora sob os pes de alguém :(, coitadita, agora repousa confortavelmente no sofá. A sua história não sei, é da minha sogra, a quem eu agora pedi "emprestadado" (nem pedi, cheguei e peguei poque ela comprou umas novas todas modernaças). Provavelmente a almofadita terá vindo também do Baixo Alentejo, é toda feita com retalhos, pedaços de tecidos, muito bonitos por sinal, gostava de poder ter alguns daqueles tecidos, são muito floridos e com um ar romantico.


Neste momento estão todas juntas numa alegre cavaqueira, mantas e almofada contam entre si as suas histórias e alegram a minha sala.

2 comentários:

mmmim disse...

Muito bom!!
O patchwork tem, de resto, estado muito "in" nos últimos anos! :)

Podes pensar a tua sala toda a partir daí!

Estou a ver que isso vai!! :)
Epa, já sabes que se precisares de uma mão cheia de casas-cláudia, de caras-decoração ou máximas-interiores... :P

Bjo, maria

mmmim disse...

e reparo agora que essas mantas podem ser a solução para enquadrar o acabamento da v/ lareira, que, noutro tipo de cenário, poderia ficar um bocado "queimada" :P
... isso vai!! :)

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